segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Mastite



A mastite é doença inflamatória da glândula mamaria ocasionada por microorganismos patógenos (que causam doenças), acompanhado da redução de secreção de leite e mudança de permeabilidade da membrana que separa o leite do sangue. As propriedades físico-químicas do leite são alteradas com a doença, como diminuição da lactose (açúcar presente no leite), aumento de valores de pH, cloretos e células somáticas (CCS).
Tais alterações reduzem o rendimento da fabricação de queijo em cerca de 5%, prolongam o seu tempo de coagulação e reduzem sua composição em gordura, proteína e sólidos totais. Há, também, redução no tempo de estocagem do leite devido a presença de plasmina do sangue e aumento de pH.
Estimativas feitas em vários países calculam que as perdas por mastite sejam da ordem de 10 a 15% da produção total do país. Vários levantamentos realizados de 1985 até hoje apontam alta incidência desta doença, com índices variando de 11,9% a 53,3% de vacas infectadas. Índices mostram que a ocorrência no Brasil é de 72% de mastite subclínica (Quando não apresenta esses sintomas) e de 17,5 % de mastite clínica (Quando observada a olho nu).
A mastite clínica apresenta sinais evidentes, tais como: edema, aumento de temperatura, endurecimento, dor na glândula mamária, grumos, pus ou qualquer alteração das características do leite. Na forma subclínica não se observam alterações macroscópicas e sim alterações na composição do leite; portanto, não apresenta sinais visíveis de inflamação do úbere, sendo feito o California Mastitis Test (CMT), sendo um indicador indireto da contagem de células somáticas no leite (CCS).
Quanto a sua forma de transmissão as mastites são classificadas em contagiosa e ambiental. Mastite contagiosa é definida pela forma de transmissão de animal para animal, possui como reservatório primário do agente o próprio animal e sua localização é intra-mamária. Os patógenos predominantes nas infecções são principalmente Staphylococcus agalactiae e Staphylococcus aureus. A maioria das mastites contagiosas é transmitida por equipamentos contaminados pelas vacas infectadas durante a ordenha. O controle deve ser feito através de lavagem e secagem das tetas com papel toalha descartável, usar desinfetante na água de lavar, descarte de casos crônicos, segregação e tratamento dos casos clínicos, manter leiteiros com rigorosa higiene pessoal, fazer pré-dip e pós- dip.
A Mastite ambiental é causada por Coliformes (E. coli, Klebsiella, Serratia) que Sobrevivem e reproduzem em locais extra-mamários, especialmente locais de repouso de animais (barro, camas, fezes), por isso ser chamada de ambiental. Não são erradicáveis do rebanho, sua maior frequência de contaminação do quarto ocorre entre ordenhas , não ocorrendo contaminação vaca-vaca, tem pouco efeito sobre CCS no tanque. Doença de casos clínicos severos, podendo levar a morte do animal e não levam a contaminação bacteriana do leite. Tem como Medidas de Controle o uso de Camas inorgânicas (areia, colchão de borracha, casca de arroz), Ordenhar tetas secas e limpas, Imersão de tetas em desinfetante antes da ordenha, Lavagem extensiva de vacas antes da ordenha pode agravar problema, Evitar variação de vácuo da ordenhadeira, Imersão pós-ordenha com produtos do tipo “barreira” , Manter vacas em pé após a ordenha.
A mastite é um mal que acomete muitos rebanhos pelo mundo e pelo Brasil, e que deve ser cuidado com muita atenção já que fere diretamente o bolso do produtor rural. Sendo uma das doenças mais complexas e dispendiosas da indústria leiteira, devido a sua alta prevalência e os prejuízos que acarreta. Assim devem-se ter cuidados que podem ser ministrados por profissionais da área de saúde animal.