sexta-feira, 6 de novembro de 2009

obesidade de cães e gatos


A obesidade resulta do acúmulo excessivo de gordura no corpo, suficiente para deteriorar as funções do mesmo e prejudicar a boa saúde e o bem estar. É um estado físico com modificações de forma e aumento visível de tamanho (gordura) que leva a mais de 20% de sobrepeso por acúmulo de tecido adiposo.
Existe uma diferença entre sobrepeso, obesidade e obesidade mórbida. Sobrepeso é quando o animal se apresenta de 10 a 20% acima de seu peso ideal, visualmente o corpo apresenta costelas dificilmente palpáveis, depósito de gordura na espinha e base da cauda, cintura e dobras abdominais ausentes. Na obesidade o animal se apresenta de 20 a 30% acima de seu peso ideal, visualmente apresenta deposito maciço de gordura no tórax, espinha e base da cauda e distensão abdominal óbvia. Já na obesidade mórbida ele está acima de 30% do seu peso ideal, visualmente parece uma bola, estando com muito deposito de gordura, tendo muita dificuldade de locomoção, respiração e aumento incomum de sono.
Quando cães e gatos estão excessivamente obesos aumentam os problemas circulatórios, de articulações e locomotores, além de enfermidades de pele e tumores.
Estudos sobre a população de cães e gatos levados às universidades ou clínicas veterinárias mostram que de 25 a 33% dos cães e 25% dos gatos são obesos e 40% dos cães adultos apresentam sobrepeso. Esta porcentagem pode chegar até 75% em cães idosos.
A obesidade é um problema muito importante e com uma firme tendência de aumento progressivo relacionado ao aumento da população de animais de estimação em todo mundo. Os animais de estimação dos grandes centros urbanos estão cada vez mais concentrados em pequenos espaços e com vida sedentária e aliado a outros fatores como castração, alta disponibilidade de alimentos e manejo inadequado do proprietário, aumenta, em muito, o aparecimento da enfermidade.
Primeiramente a obesidade tem como causa o consumo excessivo de calorias que excedem às necessidades energéticas, mas também pode ter outros fatores como genético, orgânicos e comportamentais. Alguns estudos desenvolvidos sobre os diversos tipos de predisposição genética em cães e gatos supõem-se que o número de células adipócitas de um indivíduo é controlado por um código genético. Observação reforçada pelo maior número de fêmeas obesas que machos e algumas raças específicas.
Causas orgânicas podem se apresentar como hipotireoidismo (não se produz hormônio tireoidiano suficiente), doença de cushing’s, insulinoma (tumor pancreático) e o diabetes mellitus.
Causas comportamentais que são causadas pela alteração do comportamento alimentar, associado a manejo inadequado do proprietário ou a um proprietário excessivamente permissivo com seu animal de estimação dando alimentação fora de hora ou petiscos em excesso.
Ainda podem aparecer as causas ambientais como a castração. Animais castrados precocemente podem apresentar um período de crescimento mais prolongado, tendo como resultado um animal com esqueleto maior e mais corpulento, o que leva o proprietário tardarem a se dar conta da obesidade, uma vez que pensam se tratar de um animal robusto e desenvolvido, jamais obeso.
A prevenção deve começar nos primeiros meses de vida. Filhotes não apresentam o sistema de controle voluntário de consumo desenvolvido e tendem a ingerir muito mais que suas necessidades energéticas. Como consequência ocorre uma dilatação de estômago no adulto.
É importante controlar o consumo de alimentos de acordo com as necessidades energéticas para a idade, a raça e as condições ambientais a que estão dispostas o animal. Sendo o conceito mais importante para prevenir a obesidade é administrar somente a quantidade necessária de alimento para cobrir as necessidades energéticas de manutenção dos animais.
Algumas dicas: não deixar o alimento no vasilhame durante todo o dia, dividir o alimento em pequenas porções diárias (três vezes ao dia), não deixar o alimento por mais de quinze minutos a cada refeição, mantenha o animal fora da área de preparação dos alimentos e não permita que este presencie a refeição dos humanos, jamais ofereça restos de alimentação humana ao animal, eduque as crianças para que não compartilhem alimentos com o animal, coloque os alimentos longe do alcance dos animais e troque petiscos calóricos por pedaços de cenouras, maçãs melões ou peras e mesmos biscoitos poucos calóricos de fibras.
O tratamento da obesidade deve ser acompanhado por um profissional para que se obtenha êxito ao final. Isso para que você tenha um animal saudável que possa estar um maior tempo ao seu lado.



Gustavo Antônio Claret
Zootecnista
Nutrição/Produção/Reprodução/Melhoramento Genético

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